Vereadores de São Roque querem CPI para investigar investimentos no Banco Master

Quatro vereadores de São Roque estão articulando a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o investimento de R$ 93,1 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais em letras financeiras do Banco Master, liquidado extrajudicialmente após decreto do BC (Banco Central) no último dia 18 de novembro. Dani Castro (PSD), Paulo Juventude (Rede), Rafael Tanzi (Republicanos) e Marquinho Arruda (PL) aguardam ao menos mais um parlamentar se posicionar favorável para a proposta se tornar um requerimento.

Uma CPI só pode ser instituída em São Roque caso conte com a assinatura de 5 dos 15 vereadores da Câmara. Para a vereadora Dani Castro, pelo tema se tratar de responsabilidade com o dinheiro público ela espera que terão as assinaturas necessárias para avançar. “Acredito que essa é uma pauta que transcende qualquer alinhamento político”, diz.

Ao Portal Porque, a parlamentar afirmou que a manutenção do investimento por parte da Previdência de São Roque, mesmo após alerta do MPC (Ministério Público de Contas) em 2024 sobre o risco de aplicação no Banco Master, mostra sinais de que o acompanhamento da entidade não foi suficientemente transparente ou rigoroso. “Quando se trata de recursos previdenciários, qualquer falta de clareza já é motivo de preocupação.”

Consequências econômicas
O valor investido por São Roque foi o maior entre as cinco cidades do interior de São Paulo que aplicaram dinheiro de suas previdências no Banco Master, correspondendo a 18,8% da carteira da entidade, quase todo o limite de 20% indicado pelo CNM (Conselho Monetário Nacional) para regimes previdenciários. Segundo a professora do Departamento de Economia da UFSCar, Aniela Fagundes Carrara, as consequências econômicas da fraude devem se materializar para servidores municipais que se aposentarão no futuro, já que é este recurso que seria utilizado para pagar as aposentadorias.

Em abril de 2025, o MPC destacou que o peso desse investimento na carteira do Instituto de Previdência de São Roque era considerado preocupante e recomendou atenção e eventual mitigação de risco. “Desde quando começaram a surgir fatos que indicavam um risco elevado para os ativos do Banco Master, o ideal seria uma realocação dos recursos de modo a proteger os valores do fundo. Em outras palavras, o ideal seria remanejar pelo menos uma parte dos recursos alocados em ativos do Banco Master, para ativos de outras instituições de menor risco”, aponta a economista.

Fonte: Portal PQ