Unicórnios e camelos em meio a política! - Por Edison Pires
Publicado em:
24 de julho de 2022 às 11:58:29
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 às 17:55:03
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Unicórnios e camelos em meio a política!
Muito usados no mundo das startups (que são empresas que nascem de uma ideia diferente, que pode ser escalável mas que vive em condições extremas de incertezas de futuro), os termos Unicórnio e Camelo são bastante conhecidos. Eles separam a realidade entre aquelas que alcançam valorização rapidamente – sempre acima de 1 bilhão de dólares – mas que tem vida curta, daquelas que também alcançam supervalorização, porém, buscam a sustentabilidade e sua sobrevivência. Trocando em miúdos, a empresa unicórnio nasce, cresce, valoriza e em pouco mais de dois anos ela acaba sendo incorporada por outra (ou não!) e desaparece. Já a camelo, tem o mesmo começo, a diferença é que ela tem como foco ir se moldando às exigências do mercado e, com isso, buscando a sua longevidade.
Refletindo sobre esses dois mundos – um dos contos de fadas e o outro da resistência aos desafios extremos – vejo que encaixam bem em outros meios sem ser o empresarial. Pare para pensar e veja quantas pessoas ou situações unicórnio e camelo você já conheceu ou presenciou. Ambas têm uma peculiaridade: não são tão comuns! Afinal, não é todo dia que você se vê em frente a um unicórnio ou camelo.
Agora, leve isso para o campo político. Nesse meio, a maior dificuldade não é identificar quem é um ou quem é outro, mas sim, em separar essas duas “espécies” de outras tantas que habitam essa seara como os dinossauros, tubarões, lambaris, e outras que a irreverência do povo brasileiro, que não perde a piada, cria para classificar seus representantes.
Como as startups, todos os políticos nascem com a proposta de apresentar algo novo e que venha atender as necessidades do consumidor, que no caso é o povo. Até aí, tudo muito bom e bonito. Mas os passos seguintes já começam a mostrar que tipo de político ele será dali para frente. Suas ações e decisões começam a identifica-lo e o aproxima de seus semelhantes. Pode ser que um ou outro carregue característica de mais de um grupo, mas isso é temporário, como nos mostra diariamente a realidade nua e crua.
Olhando pelo prisma de unicórnios e camelos, que é a minha proposta no momento, entendo que existam mais camelos do que unicórnios na política e, sinceramente, não sei se isso é bom. Tirando raríssimas exceções (sei que existem políticos bons, honestos e preocupados com o povo), a ideia de permanecer eterno no poder e a qualquer custo tem um preço muito alto a ser pago. E geralmente quem cobra não é o eleitor, mas sim o meio em que o político quer permanecer. Para não perder a boquinha e aumentar a “garfada”, o mau-político-camelo luta para vencer qualquer barreira, se sujeitando a situações que a grande maioria de nós – simples mortais – abominaríamos. E na companhia de tubarões, dinossauros e outros tantos, vão construindo o Brasil que nossos avós e pais conheceram, que nós conhecemos e que nossos netos e bisnetos irão conhecer, se nada for feito para mudar essa realidade.
Quanto aos unicórnios, sem generalizar, entendo que são aqueles que nascem com belas propostas, mas não sobrevivem por muito tempo, não por serem incorporados (como ocorre com as startups), mas por se decepcionarem com o mundo que encontram. Por isso são raros e habitam o mundo da fantasia! Uma pena!
Edison Pires