top of page

Por que o sistema de Saúde continua a falhar de forma tão brutal? - EDITORIAL

Publicado em:
5 de abril de 2025 às 13:00:00
Atualizado em:
4 de abril de 2025 às 12:57:47
Por que o sistema de Saúde continua a falhar de forma tão brutal? - EDITORIAL
Divulgação
Crédito Imagem:

A área da saúde pública sempre foi um terreno fértil para indignações e denúncias. Seja pela falta de investimentos, pela precariedade das condições de atendimento ou pela ineficiência das gestões públicas, o setor que deveria ser uma prioridade inegociável, em muitas ocasiões, se revela como um grande abismo de problemas e sofrimentos. Anos se passam e, mesmo com exceções pontuais, a sensação de estagnação é um reflexo triste da falta de avanço real naquilo que é mais essencial à vida de qualquer cidadão: a saúde.

Há muito discurso sobre melhorias no setor, que logo caem por terra quando a realidade vem a público!

Desde o momento em que uma pessoa adentra uma unidade de saúde pública, o sentimento que se tem é de que a luta começa de forma desigual. E isso não é uma percepção isolada, é uma realidade vivida por milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), por não poderem arcar com um plano privado.

A primeira impressão, que muitas vezes acaba sendo a que marca a experiência, é de total desorganização e abandono. A infraestrutura precária de grande parte dos prédios da saúde - com sinais evidentes de falta de manutenção e limpeza - é o primeiro indicativo da realidade de um sistema que, ao invés de oferecer acolhimento, passa a sensação de descaso e falta de higiene. A unidade de saúde, que deveria ser um local de alívio, muitas vezes parece mais um reflexo da ausência de comprometimento público.

Essa realidade se reflete, de maneira mais dolorosa, na falta de recursos e na deterioração dos equipamentos. O que se espera de um hospital ou unidade de saúde básica é que o mínimo, o essencial para um atendimento adequado, esteja em funcionamento. No entanto, ao longo do tempo, em muitos casos, a população se vê diante de um cenário onde máquinas e aparelhos que deveriam agilizar o diagnóstico e o tratamento estão obsoletos ou, pior ainda, inoperantes. Isso sem falar na qualidade do atendimento, que, em muitos casos, é marcado por profissionais sobrecarregados e uma estrutura que não consegue dar conta da alta demanda. O problema passa até pelas refeições servidas aos pacientes e acompanhantes que, infelizmente,  em certas ocasiões não seriam aprovadas em nenhum teste de qualidade, nem mesmo de quem a preparou.

Além disso, um dos maiores desafios enfrentados pelos cidadãos que dependem do SUS está nas filas intermináveis para consultas ou, nos longos prazos de espera para exames. Esses entraves, muitas vezes, colocam a vida das pessoas em risco, transformando o direito à saúde em um exercício de paciência, frustração e medo. E, quando se fala na falta de medicamentos, é como se o sofrimento se multiplicasse: quem precisa de um remédio simples pode não encontrar na farmácia pública, o que se reflete diretamente na eficácia do tratamento ou no alívio do momento.

É inegável que manter o sistema de saúde funcionando demanda recursos elevados. O atendimento médico de qualidade, a infraestrutura adequada e o acesso a tratamentos de ponta têm um preço. Contudo, o Brasil possui uma legislação que estabelece um gasto mínimo para a Saúde, além de contar com programas do Estado e da União que ajudam garantir a manutenção e ampliação desse atendimento. A grande pergunta, então, que se impõe diante de tantas dificuldades é: por que, mesmo com tantos recursos públicos disponíveis, o sistema de Saúde continua a falhar de forma tão brutal?

A resposta não é simples e está interligada nas complexas questões da gestão pública, do uso adequado dos recursos e da responsabilidade dos gestores. Em um país com tamanha desigualdade, onde não nos faltam exemplos de que os interesses políticos frequentemente se sobrepõem aos interesses sociais, a saúde pública acaba sendo vítima de negligência e de má administração. A falta de transparência, os desvios de verbas, a burocracia excessiva e o descompromisso de muitos gestores fazem com que os recursos, que deveriam ser usados para salvar vidas, se percam em um ciclo vicioso de ineficiência.

E mais uma vez, quem sofre é o cidadão!

Leia Mais ...

Mundo N

Endereço: Rua Santa Cruz, nº434, Sala 3 – Araçariguama, São Paulo.

Contato: contato@mundon.com.br

Diretor e Jornalista Responsável: André Luis Boccato – MTB 06329.

Circulação: Araçariguama, Mairinque, São Roque, Ibiúna e Pirapora do Bom Jesus.

©2025 por Lobbo Hub. Portal de notícias Mundo N é de propriedade da ALB Comunicações LTDA.

bottom of page