Novo coronavírus é detectado em morcegos brasileiros
Publicado em:
5 de novembro de 2025 às 21:19:00

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Um novo tipo de coronavírus, até então desconhecido nas Américas, foi identificado em morcegos brasileiros. O vírus, batizado de BRZ batCoV, foi descoberto por uma equipe internacional liderada por pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, com participação de cientistas brasileiros. Os resultados da pesquisa foram divulgados em uma versão pré-print publicada no último dia 27.
O BRZ batCoV foi encontrado em amostras do Pteronotus parnellii, uma pequena espécie de morcego conhecida popularmente como “bigodudo”, comum em diversas regiões da América Latina. De acordo com o estudo, o novo vírus pertence à família dos betacoronavírus, a mesma que inclui o Sars-CoV-2, responsável pela covid-19, e o Mers-CoV, causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio.
Vírus apresenta semelhanças com o da covid-19
Durante o sequenciamento genético, os cientistas descobriram que o BRZ batCoV possui um mecanismo de entrada em células humanas semelhante ao do Sars-CoV-2, algo que jamais havia sido registrado em morcegos nas Américas.
Segundo os pesquisadores, o achado indica uma possível evolução natural dos coronavírus nesses animais, o que reforça a importância do monitoramento de espécies silvestres.
A análise genética também revelou que o novo vírus é mais próximo do Mers-CoV do que do causador da covid-19, embora apresente características únicas o suficiente para ser classificado como uma nova linhagem viral.
Até o momento, não há evidências de que o BRZ batCoV possa infectar seres humanos, tampouco se espalhar para além das populações de morcegos. Ainda assim, os especialistas recomendam uma vigilância contínua, especialmente em áreas onde a espécie “bigodudo” é comum.
Enquanto novos tipos de coronavírus continuam sendo descobertos, cientistas seguem investigando as consequências da pandemia de covid-19 sobre o corpo humano.
Um estudo recente do Instituto Florey de Neurociência e Saúde Mental, na Austrália, revelou que o Sars-CoV-2 pode provocar alterações genéticas duradouras, inclusive com efeitos que passam de pais para filhos.
Em testes realizados com camundongos machos contaminados, os pesquisadores observaram mudanças nos espermatozoides que afetaram o cérebro e o comportamento da prole. Mesmo quando os sintomas físicos foram superados, o material genético modificado continuou apresentando consequências biológicas.
O estudo reforça que, mesmo cinco anos após os primeiros casos de covid-19, o vírus ainda tem impacto sobre a saúde humana e a hereditariedade, exigindo atenção contínua da comunidade científica.
Do iG Saúde – Foto: Freepik















