Marido matou esposa com facada no pescoço, se trancou em quarto com enteada e corpo e ateou fogo, conclui polícia
Publicado em:
27 de fevereiro de 2024 às 15:00:00
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:28

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Investigação apontou que Wilas Martins dos Santos matou a companheira por não aceitar o fim do relacionamento com Débora Cristina de Moraes. Ele se trancou com a enteada de 13 anos no quarto onde estava o corpo da mãe da menina, e ateou fogo no cômodo, em Porto Feliz
A investigação feita pela Polícia Civil apontou que o incêndio que matou uma família em uma casa de Porto Feliz foi criminal. O homem matou a esposa com facada no pescoço, se trancou com a enteada de 13 anos em um quarto, onde havia deixado o corpo da companheira, e ateou fogo na casa, na quinta-feira (22).
As informações foram divulgadas durante uma coletiva realizada nesta terça-feira (27). Conforme o delegado responsável pelo caso, Raony de Brito Barbedo, o suspeito Wilas Martins dos Santos não aceitava o fim do relacionamento e esfaqueou o pescoço da companheira antes de incendiar o cômodo. Débora Cristina de Moraes e Wilas estavam juntos há 10 anos. Débora havia comentado com familiares, uma semana antes do crime, que pretendia encerrar o relacionamento.
A investigação também concluiu que Débora morreu por causa do ferimento. Segundo Barbedo, após matar a esposa, o homem esperou a enteada chegar em casa, se trancou com ela no quarto onde estava o corpo da mãe da menina, e ateou fogo no cômodo. Wilas e Ketlyn Moraes morreram carbonizados.
"A gente enxerga como um ato de desespero da parte dele. Primeiro ele matou a vítima, e ele não tinha planejado a parte do incêndio. Depois de ter matado ela, ele saiu pela vizinhança em busca de algo inflamável para atear fogo na residência", explica o delegado.
Segundo o delegado, não havia nenhum registro policial de briga entre os dois. Débora nunca havia prestado queixa contra Wilas. O homem não tinha passagem pela polícia.
"Ele era alcóolatra e tinha voltado a consumir álcool. Débora estava com muita dificuldade em continuar esse relacionamento",
Corpo de homem que morreu carbonizado em Porto Feliz segue no Instituto Médico Legal
Os corpos das vítimas e do suspeito foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba. Débora Cristina e Ketlyn foram enterradas na cidade.
Wilas nasceu em Alagoas. Segundo o delegado Raony Barbedo, ele não tem parentes no estado de São Paulo. O corpo de Wilas continuava no IML até a manhã desta terça-feira aguardando contato da família. Se ninguém procurar o órgão, o corpo deve ser sepultado nos próximos dias.
Aumento nos casos de feminicídio
O estado de São Paulo (SP) registrou um aumento no número de casos de feminicídio em janeiro de 2024, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
De acordo com o levantamento, foram 23 casos em todo o estado, somente no mês de janeiro. No mesmo período de 2023, foram 18 casos.
Já em relação a queixas por lesão corporal contra mulheres, o número quase dobrou de um ano para o outro. Em janeiro de 2023, foram 4.968 registros. Já no mesmo mês de 2024, foram 7.218 casos.
A Lei nº 13.104, de 2015, qualifica como feminicídio o homicídio de mulheres devido a sua condição de gênero. Por isso, os registros não consideram mortes em outras circunstâncias, como acidentes de trânsito, por exemplo.
Fonte: G1