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Lugar de mulher é no mar: As surfistas estão dropando as ondas como ninguém

Publicado em:
20 de outubro de 2020 às 18:52:02
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:37
Lugar de mulher é no mar: As surfistas estão dropando as ondas como ninguém
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Desde que a australiana Isabel Letham surfou em pé pela primeira vez, em 1915, ninguém segurou mais as mulheres no mar. Elas ainda são minoria, porém o número de mulheres surfistas vem crescendo. E, melhor: as conquistas femininas têm sido arrasadoras. São muitas mulheres fazendo história no surfe – dezenas delas do Brasil – cada uma por um motivo, por sua biografia no esporte, fato que é celebrado pela World Surf League (WSL), defensora ferrenha de uma postura mais igualitária entre gêneros. Reconhecidamente, há guerreiras conquistando cada vez mais o seu merecido espaço em um cenário ainda dominado por homens.

Um exemplo recente é o da brasileira Maya Gabeira, que arrebentou ao surfar a maior onda do mundo e fortaleceu ainda mais o seu reconhecimento internacional com esse feito. Outra atleta de alta performance muito reconhecida no esporte é Silvana Lima, cearense que tem uma história brilhante: eleita oito vezes a Melhor Surfista do Brasil, é tricampeã brasileira e chegou ao vice-campeonato mundial por duas temporadas. Agora, o voo de Silvana no mar será ainda maior, já que ela irá atrás de uma medalha com a estreia do surfe nos Jogos Olímpicos. Silvana representará o Brasil em Tóquio no ano que vem ao lado de outra fera, Tatiana Weston-Webb, sexta colocada no ranking mundial feminino do Championship Tour da World Surf League. Outra que brilha é a jornalista Érica Prado, campeã baiana em 2006, que criou o Movimento Surfistas Negras para encorajar muitas a se arriscarem pela primeira vez no mar, levando várias delas ao surfe profissional.

Essa e outras conquistas femininas fazem com que as mulheres sejam mais valorizadas no surfe e quando a Liga Mundial do esporte tem iniciativas favoráveis neste aspecto, faz toda diferença. Esse é o caso da WSL, que entre seus atributos mais fortes está a defesa da igualdade de gêneros, com premiações de valores iguais para homens e mulheres aos títulos da Championship Tour (CT) e de todos os seus eventos/torneios.  “A equal prize money não é uma notícia nova. A WSL teve essa iniciativa tomando à frente no esporte. Porém, a informação continua ainda bem relevante, sobretudo por ser uma exceção na comparação com outras modalidades”, afirma Ivan Martinho, CEO da WSL para a América Latina. “A igualdade de gêneros está entre os nossos principais compromissos, juntamente com sustentabilidade e qualidade de vida”, completa.

Valorização das ‘meninas do surfe’

Para Silvana Lima, a iniciativa igualitária da WSL é incrível. “A decisão valorizou as meninas do surfe e provou que as coisas vêm mudando. Agradeço à WSL, porque essa igualdade de premiação ajudou muito, inclusive a mim”, diz a atleta que no torneio Onda do Bem, promovido pela WSL em setembro último, conquistou mais um troféu, como primeira colocada na categoria profissional feminina.

Tatiana Weston-Webb conta que no começo da carreira sentiu na pele o preconceito. “Eu tinha 14 anos e era a única menina surfando em Pipeline/Havaí, quando um surfista de bodyboard me disse ‘não vou gastar uma onda da série em você’ ”. No entanto, para Tati, hoje com 24 anos, isso ficou para trás. “Atualmente todos têm muito mais respeito pelas mulheres que surfam e acho que falta muito para que os outros esportes cheguem ao nível do nosso esporte. Logo se vê pelo fato de a WSL ser uma das únicas ligas esportivas a ter igualado as premiações femininas e masculinas”. Recentemente, a gaúcha (que mora atualmente em Kauai/Havaí) abocanhou mais uma vitória: a de vice-campeã, ao lado da havaiana Brianna Cope, no Super Girl PRO, nos EUA.

Tanto para Tati quanto para Silvana o foco agora está em conquistar uma medalha mais do que especial: na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos 2021. “Todos os dias eu sonho com isso. É um evento top, que todos os atletas gostariam de estar e o mundo inteiro fica de olho. Surfar nas Olimpíadas ajudará nosso surfe brasileiro, pois ainda temos muito a crescer. Os empresários agora já ficam mais atentos ao nosso esporte, feminino e masculino”, diz Silvana, a 12ª colocada no ranking mundial, que também está focada na competição no Brasil em busca de mais um título nacional. “Várias competições em 2021 servirão de treinamento para chegarmos mais fortes nas Olimpíadas”, conclui. Ambas também falaram sobre suas almejadas conquistas no Mundial no Surfe no ano que vem. “As Olimpíadas são muito importantes, mas também quero conseguir a taça do mundial do CT”, diz Tati.

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