Família denuncia suposta negligência médica após grávida dar à luz e morrer em hospital particular de São Roque
Publicado em:
15 de março de 2024 às 17:34:00
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:28

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Gabriely tinha 22 anos e a gravidez não era de risco, segundo a mãe
A família da jovem Gariely Gonçalves da Costa, de 22 anos de idade, registrou um boletim de ocorrência contra um hospital particular de São Roque, após ela morrer horas depois do parto, no último domingo, dia 10. Eles alegam que houve negligência por parte da equipe médica.
Conforme o boletim de ocorrência, Gabriely foi internada no hospital na manhã de domingo e passou por um procedimento de indução do parto. Após exames iniciais, a família diz que os médicos saíram para almoçar e a jovem ficou sem qualquer tipo de assistência médica.
Ainda pela tarde, a jovem entrou em trabalho de parto e, após quase duas horas, foi levada para o centro cirúrgico. A família relatou à polícia que o parto foi feito sem a presença de um anestesista, que teria se atrasado para o procedimento.
De acordo com os familiares, a gravidez não era de risco, mas o parto teve complicações e a criança chegou a ficar 15 minutos sem respirar. Após ser reanimada, a bebê foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, onde precisou ser entubada.
20 minutos após retornar ao quarto, Gabriely ficou pálida e sofria com sangramentos excessivos. Por isso, foi acionada a equipe de enfermagem, que, de acordo com a família, também demorou para atender à solicitação.
Quatro médicos se alternaram para atender à paciente e, de acordo com o registro policial, os profissionais eram questionados a respeito do sangramento de Gabriely. Conforme os familiares, todos respondiam que tratava-se de algo normal após o procedimento de parto.
"A menina estava passando mal, toda hora chamando o médico, aí resolveram levar para uma outra sala, ela já estava com um pouco de hemorragia [...] Estava sangrando ainda, eles simplesmente falaram que era como se ela estivesse em choque, devido ao que ela tinha visto na sala do centro cirúrgico, sendo que na realidade não foi isso", relatou a mãe da jovem, Maria Conceição Gonçalves, ao g1.
Gabriely foi medicada e precisou receber transfusão de sangue. Por volta das 20h, o médico teria dito que ela não corria risco de vida, mas a levou para o centro cirúrgico para realizar a curetagem, que funciona como uma raspagem interna do útero para retirada de restos de placenta ou do tecido que reveste o órgão.
Após um tempo, a família de Gabriely foi informada de que ela havia morrido. Eles alegam que a jovem teve o útero perfurado e acusam o hospital de negligência médica.
"Minha menina deu entrada perfeita no hospital, ela estava bem. A gente sabe que foi negligência médica. Ela entrou para ter a filha e saiu morta", lamenta a mãe, emocionada.
O corpo de Gabriely foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba, onde passou por exames. O laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias. O corpo da jovem foi sepultado na terça-feira, 12. O caso foi registrado como morte suspeita na delegacia de São Roque.
Segundo a mãe de Gabriely, o bebê corre risco de vida e, caso sobreviva, ficará com sequelas permanentes.
Fonte: g1