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Dermatite atópica pode piorar com estresse, clima seco e produtos químicos; entenda

Publicado em:
8 de setembro de 2025 às 19:00:00
Dermatite atópica pode piorar com estresse, clima seco e produtos químicos; entenda
Divulgação
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Condição é uma doença crônica e sem cura que afeta 15% da população mundial. Crises também podem ser desencadeadas por banho, poeira e produtos químicos, entre outros fatores, segundo médicas de Sorocaba

Escamação, manchas vermelhas, ressecamento, coceira e ardência nos pés e mãos são alguns dos sintomas de uma doença de pele conhecida como dermatite. Além das manifestações, a condição pode ser intensificada até mesmo por mudanças climáticas e afetar pessoas de diferentes idades, segundo médicos.

Ao g1, a médica dermatologista Carla Rabello, de Sorocaba, explicou que existem diferentes variações da doença, mas a dermatite atópica é a forma mais comum, afetando entre 10% e 15% da população mundial. Além disso, estresse e depressão são alguns dos principais fatores que podem desencadear ou agravar a condição, segundo a especialista. A resposta emocional influencia diretamente a função imunológica e a inflamação da pele.

"Condições como essas contribuem para o agravamento da dermatite, interferindo na capacidade de lidar com a doença e na adesão ao tratamento. O equilíbrio emocional e a qualidade do sono têm sido associados à melhoria da saúde da pele. O estresse crônico pode exacerbar a inflamação, enquanto o descanso adequado favorece a recuperação e a regeneração da pele", diz.

A dermatite disidrótica, uma das variações da doença, pode ocorrer em pessoas com dermatite atópica e também é frequentemente desencadeada pelo estresse emocional. Essa variação é marcada pelo surgimento de pequenas bolhas com líquido transparente nos pés e mãos.

"As bolhas são acompanhadas de vermelhidão ao redor e descamação após o rompimento. Podem causar queimação, ardência e coceira nos locais afetados. Geralmente, estão relacionadas a suor excessivo, exposição a irritantes (detergentes, sabonetes), alergias (metais, plantas), infecções e outras doenças de pele, como micose ou dermatite atópica", diz.

De acordo com a médica dermatologista Luana Silva, também de Sorocaba, além dos problemas emocionais, as mudanças bruscas no clima também são fatores agravantes para a doença. A redução da umidade acaba tornando a pele mais vulnerável à inflamação.

"Climas secos e frios normalmente pioram a dermatite, mas o calor também pode intensificar, principalmente devido ao suor da pele. Por isso, há fatores desencadeantes diversos, como clima seco e alérgenos do ambiente", explica a médica.

"O calor excessivo também pode gerar oleosidade em excesso, causando irritação local e dermatite. Poluição, poeira, tecidos sintéticos e produtos de limpeza ou de higiene também podem agravar a condição", complementa Carla.

Produtos químicos domésticos e profissionais, tecidos sintéticos, poeira e produtos de higiene também podem desencadear crises, segundo Carla. Além disso, o banho quente também compromete ainda mais a barreira protetora da pele, explica a médica.

O banho quente, por sua vez, pode comprometer a integridade da barreira cutânea, resultando em coceira e feridas. O calor excessivo gera maior oleosidade, que, em excesso, também causa irritação local e dermatite. Além disso, é recomendada a preferência por tecidos leves e naturais e por produtos neutros e sem cheiro", diz.

No Brasil, a dermatite atópica pode atingir até 25% das crianças e cerca de 7% dos adultos, segundo a dermatologista. A médica destaca que a doença também costuma estar ligada a uma predisposição genética, isto é, herdada dos pais. "A dermatite atópica também é frequentemente relacionada a outras condições alérgicas, como asma e rinite alérgica", complementa.


Variações da doença e tratamentos

Dermatite é um termo que engloba diferentes inflamações da pele, caracterizadas por vermelhidão e descamação, segundo Carla. Além da atópica, as mais comuns são a seborreica e a de contato.

"A dermatite de contato é desencadeada pelo contato direto com substâncias irritantes ou alérgicas, como produtos químicos, metais ou plantas. Já a seborreica afeta áreas ricas em glândulas sebáceas, como couro cabeludo, orelhas, sobrancelhas e asas do nariz, e está associada à produção excessiva de óleo e à presença de um fungo chamado Malassezia”, diz a médica.

De acordo com a dermatologista, a maioria das dermatites é crônica e também não há cura. No entanto, é possível controlar os sintomas com tratamento adequado. Carla explica que o diagnóstico é fundamental, porque, embora os sintomas sejam semelhantes, algumas características específicas ajudam a diferenciar os tipos e garantir o tratamento correto.

“De forma geral, é importante restaurar a barreira da pele utilizando hidratantes que contenham ceramidas e ingredientes calmantes, como alantoína, alfa-bisabolol e óleo de semente de uva. Recomenda-se evitar substâncias agressivas, como ácido salicílico e ureia, que podem irritar ainda mais a pele”, explica.

Os corticosteróides, medicamentos anti-inflamatórios aplicados diretamente na pele, também são úteis para reduzir inflamação e coceira, segundo a especialista. Caso haja uma infecção secundária, é necessário utilizar antibióticos ou antifúngicos em forma de pomada.

"Além disso, anti-histamínicos podem ser indicados para aliviar a coceira. Esses medicamentos devem ser utilizados por, no mínimo, 15 a 20 dias para interromper o ciclo de liberação de histamina no organismo. Um acompanhamento médico é sempre recomendado para garantir a escolha do tratamento mais adequado e seguro", orienta.

'Mexe bastante com a autoestima'


Juliana Terezinha Del Poço, de 27 anos, mora em Sorocaba e foi diagnosticada com dermatite há poucos anos. Ela conta que, além dos problemas com os sintomas físicos de coceira, ressecamento e vermelhidão, a condição afeta sua autoestima.

"Algumas vezes as pessoas perguntam se é contagioso ou fazem comentários que me deixam desconfortável. Isso mexe bastante com a autoestima. Acho que os sintomas físicos são muito incômodos, mas o impacto emocional acaba pesando, principalmente pela insegurança com a aparência", desabafa.

Ela relata que, durante os períodos de crise, evita mostrar a pele e costuma ficar mais retraída. No entanto, reforça que, aos poucos, tem aprendido a lidar com os impactos causados pela doença.

"Às vezes tenho que evitar determinadas roupas, lugares muito quentes ou até atividades que me deixem suada. Também atrapalha o sono quando a coceira é intensa, o que influencia no meu rendimento no dia seguinte. Mas aos poucos tenho aprendido a lidar melhor e a não deixar a doença me definir", relata.


'Gasto dois cremes por mês'

Alessandra Tiseo e seu filho, Ismael Tiseo, de Sorocaba, também sofrem com a dermatite atópica. A mãe relata que, além dos problemas na pele, a doença também impacta a vida financeira. Os produtos utilizados para tratar a dermatite são específicos, sem cheiro e com propriedades calmantes, e por isso o valor fica em torno de R$ 80 a R$ 150.

“Eu gasto dois cremes por mês, cerca de R$ 300. Além disso, meu filho também tem dermatite nas pálpebras, e por isso preciso comprar dois colírios lubrificantes por mês, sem corante e sem cheiro, ao custo de R$ 86", revela.

"A única coisa que consigo gratuitamente é pomada, que vem em quatro tubinhos. No entanto, não é suficiente, porque preciso comprar outros tubos, que totalizam R$ 100. Também gasto com sabonete corporal de bebê, já que agride menos a pele. É muito difícil”, finaliza.


Matéria por G1 TV TEM

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