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Um amor sem limites ou obstáculos - Ana Rafaela

Publicado em:
26 de maio de 2019 19:24:22
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 17:55:02
Um amor sem limites ou obstáculos - Ana Rafaela
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Você, alguma vez, já pensou em adotar uma criança ou um adolescente? Dados fornecidos pelo site G1 em março deste ano apontam cerca de 9.400 crianças e adolescentes aptos à adoção no Brasil, e 45.758 pretendentes cadastrados no sistema do governo. Mas se há mais procura por adoção do que crianças e jovens esperando por uma família, por que ainda existem mais de 9.000 menores na fila?

Porque 44% dos pretendentes não aceitam uma criança negra, 61% querem crianças e adolescentes sem qualquer doença e 62% não concordam em levar irmãos para casa. Sendo que, de 9.400 crianças e jovens, cerca de 1.880 são negras, mais de 1.885 têm alguma doença e mais da metade (5.274) possuem irmãos.

Outro fator que interfere muito na adoção é a idade da criança: 64% têm mais de 7 anos, e menos de 10% dos pretendentes estão dispostos a adotar alguém acima dessa idade. Nesse caso, entram também os adolescentes. Por esse motivo, o governo faz campanhas de incentivo à adoção tardia, contando histórias de famílias que adotaram crianças mais velhas e apresentando crianças com mais idade ou adolescentes, por exemplo.

Existem ainda casos de crianças esquecidas nos lares e abrigos, grande parte já perto da maioridade, e que quando completam 18 anos, não têm para onde ir. A adoção é um tema que precisa ser mais discutido na sociedade, em especial a adoção tardia que ainda apresenta muito preconceito e muitas falácias.

O Tribunal da Justiça de São Paulo deixa claro que adotar “não é um ato de caridade e não serve para preencher as lacunas existenciais e emocionais de quem pretende adotar, devendo a adoção se fundar em motivos legítimos e ser benéfica ao grupo familiar formado pelos adotantes e sua prole.”

Em homenagem ao Dia Nacional da Adoção, comemorado em 25 de maio, convido vocês, leitores e leitoras, a compreender melhor o assunto, os sentimentos dessas crianças e adolescentes, e quem sabe até a ir visitar um desses lares e abrigos para conhecer a rotina dos jovens, por que não?

O interessado em adotar deve procurar a Vara de Infância e da Juventude do município/região em que reside, e lá serão fornecidas todas as orientações necessárias. “A adoção, muito mais do que uma relação de afeto e solidariedade, é uma demonstração do amor incondicional de quem deseja se tornar um pai e uma mãe”. (Tribunal da Justiça de São Paulo).

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