SP pode ter surto caso não atinja índices de vacinação, alerta SMS
Publicado em:
16 de abril de 2022 às 15:50:58
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 às 17:58:02
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Dos 25 casos investigados no estado, 22 estão na capital; bebê confirmado teve transmissão local
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Campanha de vacinação em São Paulo vai aplicar doses em crianças e adultos não vacinados[/caption]
Na última semana, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES) confirmou um caso e informou que investigava outros 25 possíveis diagnósticos de sarampo. Em todo o estado, apenas 75% das crianças, público-alvo das campanhas, haviam sido imunizadas em 2021 para a doença - a meta era 95%.
O caso do bebê ainda não vacinado e chamado autóctone, quando a contaminação é local, está localizado no litoral. Dos suspeitos, no entanto, 22 estão na capital. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 83% das crianças receberam a primeira dose da vacina, o que abre brecha para vírus circular. "Temos pessoas suscetíveis na cidade. E se, por ventura, o vírus encontrar essa brecha, há um risco de surto. Por isso a importância da vacinação", explica Melissa Palmieri, médica da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), da SMS.Para diminuir essas brechas, a cidade concentra seus esforços desde o último dia 4 de abril em uma campanha que vai buscar crianças de seis meses a cinco anos; profissionais da saúde ou adultos que nasceram a partir de 1960 e não receberam a dose do imunizante.
Melissa alerta que no Brasil, as pessoas tendem a procurar mais pela vacinação quando um surto se aproxima. A cidade bateu a meta de cobertura em crianças apenas em 2014, 2015 e 2019, quando houve uma explosão de casos.
"É o que eu chamo de 'bombeiro'. As pessoas correm para os postos quando está 'pegando fogo'. Com as vacinas, no entanto, é preciso ter um comportamento preventivo. Ela é o seguro que a gente faz para evitar hospitalizações, mas as pessoas acabam se deixando mover apenas pela percepção de risco e medo. Podemos ver isso com a vacina para covid-19, muitos não tomam a dose de reforço porque já tomaram as duas primeiras ou tiveram a doença. É um conceito equivocado", afirma ela, citando também a onda de desinformação sobre vacinas que tomou conta das redes sociais durante a pandemia. "Infelizmente vimos pessoas que não são da área falando inverdades, fake news, sobre as vacinas, o que pode impactar no comportamento das pessoas. Elas disseminam medo por interesses políticos, religiosos, financeiros ou outros, e a população passa a questionar o que nem deveria ser mais questionado, como a segurança e a efetividade das vacinas", pontua.