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São-roquices: Adeus, Geraldinho Bilheteiro

Publicado em:
25 de fevereiro de 2024 às 13:00:00
Atualizado em:
23 de fevereiro de 2024 às 12:48:15
São-roquices: Adeus, Geraldinho Bilheteiro
Divulgação
Crédito Imagem:

Domingo de céu encoberto e chuva sobre São Roque.
E tinha mesmo de ser assim, com a natureza, melancólica, a chorar conosco a inesperada partida de Geraldinho Bilheteiro.


Sem Geraldinho, São Roque e todos nós, que o queremos bem, perdemos uma dose generosa, única e insubstituível da alegria inocente e marota, da simpatia permanente e desinteressada, da bondade gentil e da doçura que brota da alma para transformar as pessoas aparentemente mais comuns nas mais extraordinárias e dignas de admiração e afeto.

Nunca comprei um bilhete, mas perdi a conta das vezes em que conversei com Geraldinho e falei para ele que tê-lo como amigo significava ter tirado a sorte grande. E ele agradecia e, com sua voz inconfundível e sua gentileza, cantava trechos de músicas para mim, pelas ruas centrais de São Roque, assim como fez também para tantas outras pessoas. 

Em 2014, convidei-o para participar da coluna "Leitor Assíduo", que era publicada em "O Democrata", quando tirei a foto que ilustra esta postagem e soube um pouco mais da sua trajetória na cidade:

"Nascido em São Roque, sempre morou na Santa Quitéria. Já foi jornaleiro, entregador de panfletos, feirante, vendedor de carnês do Baú da Felicidade e auxiliar de oficina mecânica, sempre espalhando simpatia e alegria por onde passa. É solteiro, livre e desimpedido".

Publicada a coluna, veio, faceiro e gracioso, agradecer por eu não haver esquecido de escrever que ele era "livre e desimpedido", conforme havia me recomendado. 

Falou que a publicação era não só uma homenagem a ele, mas também um aviso para as moças da cidade saberem que ele "estava na área" e, devido à repercussão da coluna, estava estudando como administrar a fila das pretendentes que certamente surgiriam.

Como no céu não há loterias nem galanteios, a mala com os bilhetes, o repertório musical  e os sonhos de amor ficarão por aqui. Mas é lá, no Reino dos Céus, que cabem e têm lugar de honra aqueles que são como crianças.  

É assim que imagino Geraldinho a entrar no céu, como o menino meigo, alegre e de coração puro que nunca se deixou amargar pelas muitas durezas que a  vida terrena  lhe proporcionou.

Descanse em paz, meu amiguinho querido. Que Deus o receba de braços abertos.

Saudades.

Simone Judica 

@simonejudicasr


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