Rodovia Lívio Tagliassachi: Imprudência e falta de fiscalização podem superar problemas da pista como a causa de acidentes

A Rodovia Prefeito Lívio Tagliassachi, chamada também como Acesso, é conhecida pelo grande número de acidentes que ocorrem nos seus poucos mais de 9 quilômetros de extensão. Desde sua inauguração na década de 1980, ela é identificada como uma rodovia perigosa em razão do seu traçado e dos muitos problemas nas faixas de rolamento e acostamento. Porém, há muito ela vem conhecendo uma nova realidade que colabora para que se torne ainda mais temida: a imprudência de motoristas que acabam colocando em risco a vida de terceiros.

Nos últimos anos a SPA 053/280 – nome de identificação junto ao Departamento de Estradas de Rodagem DER - vem apresentando trânsito cada vez mais carregado de veículos leves e pesados. Nos dias úteis durante os horários de pico, aproximadamente das 06h00 às 08h00 e das 17h00 às 18h30, a circulação de carros, caminhões e motos é intensa tanto no sentido a São Roque, quanto no sentido a Araçariguama, provocando imensas filas. Aos finais de semana e feriados, a movimentação também é grande, mas em horários mais reduzidos.

Os problemas cada vez mais acentuados em seu percurso (com dezenas de buracos) e o consequente número de acidentes levaram autoridades da região a se mobilizarem junto ao governo do Estado para solicitar melhorias em toda sua extensão. Em junho de 2021 o então governador João Doria anunciou que a rodovia seria duplicada, ficando a ViaOeste – concessionária que administra as rodovias Castello Branco e Raposo Tavares - responsável pelas obras, como termo de compensação.

Imprudência

Outro fator que é possível notar de forma mais acentuada e que vem colaborando para tornar a rodovia ainda mais perigosa, é a imprudência de motoristas na condução dos veículos. Excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas, trafegar pelo acostamento são flagrados a todo instante. Motoristas que tentam trafegar obedecendo o limite de 80km/h, sofrem a “pressão” dos apressadinhos que andam colados na traseira quase que empurrando o carro da frente. E a situação fica ainda mais assustadora, quando motoristas de carretas querem aproveitar o embalo das descidas e não se importam em tirar à força quem estiver a sua frente.

Nem mesmo a movimentação de máquinas e homens trabalhando em vários trechos da rodovia é suficiente para que não ocorra abusos. “Tem motorista que sai da ‘operação pare e siga’ querendo ultrapassar todo mundo. Parece louco!”, comentou um comerciante de São Roque.

Falta de fiscalização

“A situação não estaria tão perigosa e trágica se houvesse maior fiscalização por parte das autoridades competentes”, disse uma professora à reportagem. “Os 9 quilômetros de extensão do Acesso se transformam em armadilha constante, onde a certeza da impunidade incentiva os maus motoristas a cometer todo tipo de barbaridade”, completou. “Trafegar pela Lívio Tagliassachi é uma viagem à parte”, disse um outro motorista, enquanto esperava a liberação do bloqueio para seguir viagem.

“Aquela viatura policial com radar no trecho próximo ao Motel Ipê, é manjado demais. Parece que a polícia acha que só ali é que o pessoal abusa. Será que as autoridades não têm noção do que ocorre em outros pontos da estrada?”, perguntou indignado um vendedor autônomo da cidade de São Roque.

A reportagem colheu outros depoimentos na 2ª feira, ouvindo motoristas que estavam parados na operação “pare e siga”. E as palavras que mais se repetiram foram: medo, preocupação, abuso, falta de fiscalização.

Mobilização

A mobilização regional entre prefeitos, vereadores e demais autoridades de cidades próximas à Rodovia Prefeito Lívio Tagliassachi que buscou a duplicação, alcançou seu objetivo e as obras devem começar no início do próximo ano.

Então, quem sabe, não seria o momento para que as autoridades voltassem a se unir e, desta vez, pedir aos órgãos competentes que uma fiscalização mais eficiente viesse a ocorrer para punir aqueles condutores que colocam em risco a vida de pais, mães e filhos que por ali trafegam diariamente?