Quem está certo? - Tatiana Munhoz
Publicado em:
19 de abril de 2020 às 19:30:24
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:42
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Toda história tem um narrador independente se os acontecimentos são reais ou fictícios. Enredo, espaço, tempo e personagens são elementos essenciais que, geralmente, envolvem um conflito. A estrutura política e ideológica de cada indivíduo o empodera e faze-o acreditar que está, de alguma maneira, contribuindo para a direção do seu país, estado ou município.
É inevitável que, no decorrer dessa história, ocorram períodos de privações, regras e medidas unilaterais. As exigências e as pressões externas exigem do protagonista um equilíbrio emocional testado, para que sua voz ecoe com representatividade em uma democracia de qualidade.
Ultimamente os canais de comunicação, com raras exceções, apresentam um enumerado material de exploração, dando para a mesma notícia três ou mais versões diferentes. Discórdias e debates acalorados intencionais, originados do desgaste emocional, são mais importantes do que fatos, realidade e até mesmo que a saúde mental da população, propriamente.
Seriam eles os antagonistas da nossa história que, aliados a inúmeros políticos, apresentam argumentações que atingem a nossa vulnerabilidade? Frases distorcidas, jargões e hashtags nos bombardeiam diariamente. Desviam-nos de nossa identidade, simplesmente por atitudes egoístas de falso heroísmo. Há muito lobo em pele de cordeiro, representado como instituições sociais e políticas que, em nome da população, impõe-nos ordem física, psicológica e cultural.
A vaidade do politicamente correto adoece e aprisiona os pensamentos, de forma que a crítica diz mais sobre o crítico do que sobre o criticado. Não só no Brasil, mas em todo o mundo, essa transformação dramática demográfica e econômica está exigindo de todos mudanças comportamentais e sociais rápidas e intrépidas.
A crise atual do novo coronavírus não foi o pivô de nossos problemas sociais, de saúde, educação, desigualdade de gênero, raça e religião, dependência química, dissolução familiar, violência, discriminação, entre outros. Ao contrário, expôs o quanto ainda estamos atrasados, numa política que ainda se baseia em altos níveis de burocracia e estruturas administrativas ineficientes, onde o benefício pessoal ainda é almejado.
Ser o protagonista da sua própria história é optar por viver fora da zona de conforto. É não seguir cegamente, sem antes questionar. É experimentar situações que, às vezes, nos ofendem, difamam e caluniam. Chegam a colocar em dúvida nossos próprios conceitos e valores, porque o ser humano é naturalmente político, vive em comunidade buscando aplicar justiça a tudo e a todos.
O que diferencia um protagonista coerente daqueles que são levados pelo que ouvem, é a familiarização com os fatos, baseada em ferramentas práticas de discernimento, estudo, pesquisa individual e equilíbrio emocional. Tendo esses elementos postos, você terá mais facilidade em fazer a sua própria narrativa e promover atitudes conscientes e consistentes, para o bom convívio em sociedade, de forma equilibrada e emocionalmente saudável.
Não acredite em tudo o que lhe falam. Hoje em dia há muita gente brincando com o emocional de todos nós.