Polêmica sistêmica - Tatiana Munhoz
Publicado em:
28 de outubro de 2019 13:24:43
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 17:58:13
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Será que nós, brasileiros, estamos preparados para discutir em uma polêmica? Tudo vira motivo para dar um palpite, especialmente hoje com as redes sociais. Polêmicas, de uma forma geral, são geradas em assuntos populares e controversos sobre temas atuais, na maioria dos casos. É o posicionamento de alguém baseado em seu senso ético, cultural e emocional que gera algum tipo de debate, esperando uma resposta em contra partida. Isso não significa diretamente que necessita haver uma briga ou discussão exorbitante. O momento exige argumentos solidificados em fundamentos sustentáveis. O preocupante dessa história é que a população de nosso país, há um bom tempo, não vem se qualificando muito bem à nível mundial no quesito educação. Em uma pesquisa realizada pela empresa de sistemas de aprendizado, a Person, que avaliou 40 países (de 2006 a 2010), o Brasil figurou em penúltimo lugar. Já o MEC ( Ministério da Educação e Cultura) diz desconhecer esses dados. Fato é que países desenvolvidos, com altos níveis de educação e qualidade, valorizam seus docentes e favorecem as condições para que um bom trabalho seja realizado. Precisamos urgentemente rever isso, ao invés, por exemplo, de vermos MC Guis por aí, ganhando milhões e falando bobagens, como no caso que aconteceu essa semana entre ele e uma menininha na Disney. A escola e a faculdade são lugares ideais para o incentivo da prática de debates de assuntos controversos. É através do exercício de escrever que os cidadãos terão a chance de treinar suas habilidade críticas, construindo textos que sustentarão seus argumentos quando a polêmica chegar. Desse modo, independente de qualquer pressão, conseguirão externar seus posicionamentos de forma clara, objetiva e, acima de tudo, respeitosa. Muitos dizem que dados como estes citados acima, sobre a qualidade de nossa educação, não podem ser considerados de tamanha importância, pois um país não pode ser avaliado unicamente por uma questão e também não se sabe quais foram os parâmetros e critérios de avaliação da pesquisa. Correto afirmar que a avaliação de uma nação também é medida por outros fatores como: segurança, qualidade de vida, estabilidade econômica, entre outros. Mas, pensando bem, isso nós temos? Checando alguns possíveis temas da redação do Enem deste ano, alguns assuntos são destaque : saúde mental no Brasil, violência escolar, população em situação de rua no país, valorização nacional, combate aos maus tratos de animais, desafios da gestão do lixo, entre outros. Extraindo o primeiro tópico, que é uma característica a nível mundial, nos outros ainda estamos nos debatendo como peixes fora da água. Sofremos tentando providenciar alguma alternativa de solução, mas, infelizmente, parece que apenas corremos atrás do prejuízo, sem soluções permanentes e satisfatórias. Muito em breve o Brasil será um país com população predominantemente adulta e idosa. E a grande pergunta é: que preparação estamos tendo, no sentido de garantir aos nossos descendentes um crescimento e desenvolvimento produtivo no próprio lugar onde vivemos? As polêmicas são bem vindas sim, mas que haja um despertar para a educação.