Números que assustam: Defasagem e gasto além da conta - Por Edison Pires
Publicado em:
6 de fevereiro de 2023 às 15:00:00
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:32

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Alguns números divulgados na semana passada se mostram preocupantes, os quais, com toda certeza, interferem diretamente sobre a vida do cidadão seja no Estado ou em nosso Município.
A primeira foi levada a público pela Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) e atinge diretamente o setor de Segurança Pública, infelizmente pelo lado negativo.
De acordo com a entidade, a Polícia Civil está encolhendo. Nos últimos 12 anos (2011-2022), a Instituição perdeu 8.329 policiais, média de 694 ao ano. “Seja por aposentadoria, mudança de estado ou de carreira, exonerações ou morte em serviço, é notória a crescente evasão de policiais no estado mais rico do país, bem como a morosidade dos concursos realizados”, destaca a Associação. O levantamento feito pela ADPESP, via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostra que em 2011 a Polícia Civil contava com efetivo de 34.684 policiais, ao passo que em 2022 esse número caiu para 26.355 policiais na ativa, o que representa um encolhimento de 24%.
O déficit de policiais civis em São Paulo tornou-se um problema grave tanto para a Polícia quanto para a sociedade. Ainda segundo o levantamento, tem muitos policiais acumulando serviço de dois ou às vezes três. No interior do estado, por exemplo, são muitos os casos de sobreaviso ininterrupto que duram até 30 dias, diz o texto.
Para a Associação, entre as razões da curva ascendente do déficit está a baixa atratividade da carreira policial, que além de salários defasados, não possui um plano objetivo para ascensão profissional. São muitos os relatos de policiais vocacionados que deixam a Instituição para exercer a carreira em outros estados que remuneram melhor, diz a entidade. Além disso, ainda tem a lentidão dos concursos que contribui diretamente com o acúmulo de cargos vagos. Em 2011, eram cerca de seis mil cargos vagos. Atualmente, os claros na Polícia Civil ultrapassam 14 mil.
Enquanto isso, a violência não para de crescer!
Já outros números divulgados na semana passada, mas não em caráter oficial, dizem respeito à diferença entre o que se arrecadou e o que se gastou no ano passado em Araçariguama. Segundo consta, o município arrecadou R$ 164 milhões e gastou R$ 195 milhões. Um saldo negativo de R$ 31 milhões. As informações foram tiradas do site do Tribunal de Contas do Estado, mostra a publicação. O que preocupa neste caso são duas coisas: Primeiro, o entendimento de que se gastou mais do que entrou, ou seja, o fato de que isso pode trazer consequências graves para a população com o município endividado. E segundo, o silêncio por parte das autoridades em se manifestar sobre o assunto. Se é verdade, ou se é mentira; se é normal, ou não; se não é bem assim!
Não sei, mas é necessária uma satisfação para a população. Esse silêncio; essa falta de transparência; o falar apenas com pequeno grupo - que vem sendo marca registrada -, não colaboram em nada, só ajudam a enxergar o negativo. Pode ser que esteja tudo em ordem, tudo dentro da razoabilidade, mas, da maneira como esse e outros assuntos são tratados, dão margem para um entendimento contrário. Acredito que esteja na hora de reverem esse conceito. Afinal, penso que ninguém cometeria um erro tão grave como esse: o de gastar mais do que se recebe.
Tio Borba sempre me dizia: “Rir demais é desespero; silenciar demais é querer esconder o erro”! Pra variar, ele errou bem poucas vezes!
Edison Pires