Mentira, Omissão, Ética - Tatiana Munhoz
Publicado em:
10 de maio de 2020 às 19:00:00
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:42
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Mentira é inaceitável. Além do mais, condenável. Aceleradamente , qualquer um de nós falaria isso. E omissão? Porventura seria um formato camuflado de não contar a verdade? Alguns creditam a omissão à imoralidade. Normalmente, a maioria das pessoas não acorda pensando que ao longo do dia irá cometer erros. As oportunidades simplesmente vão se revelando.
A linha tênue entre a vulnerabilidade da mente humana e a falta de transparência na comunicação dos relacionamentos circunstanciais, interferem na credibilidade da atitude e consequentemente do resultado propriamente.
Nossas ações, de uma maneira geral, são delineadas de dois moldes: planejadas e passíveis de erros ao longo de sua implantação, devido à falta de conhecimento e experiência em determinados assuntos, ou sombrias e calculadas, quando fraquejamos em atuar em ocasião oportuna para ação.
Ora seja uma ou outra, a omissão, resultado da ignorância ou da intenção previsível, desvia a pessoa de otimizar oportunidades que lhe conduziriam a explorar o seu potencial como ser individual e social. Em múltiplos casos, emitimos sentenças vagas, meias verdades, manipulamos informações, minimizamos e exageramos comportamentos. Em função de quê? Medo de alguns, vergonha de fazer o certo em meio a um ambiente corrompido ou simplesmente em virtude de nossa reputação?
Tendo como exemplo: em meio ao meu trajeto, encontro alguém necessitado fisicamente e não o ajudo. Seria como o ato de roubar? Se sou responsável por alimentar uma criança, idoso ou alguém doente, e não o faço apropriadamente, seria como matar? No ambiente de trabalho vejo uma situação irregular ou escondo uma informação importante, seria como trair? Fazer nada ao invés de implementar algo, corresponde à negligência, e, dependendo da situação, é ilusão, utopia ou tapeação.
O que seria pior: cometer algo ruim ou falhar em fazer algo bom? Qual dos dois distingue minha moral? Quem sabe, omitimos algo somente até que as evidências tornam-se tão fortes e claras, que sua publicidade seja extremamente exposta, visto que o julgamento externo condenará a situação. Mas quando não há muito destaque, minoria de concordâncias entre as partes envolvidas, aí omitimos?
A dificuldade em intitular os desafios sociais e éticos é complexa. Distinguir o agir e o omitir requer uma boa análise dos elementos presentes nessa batalha mental com o fim de que uma decisão seja apropriada.
A verdade é forte mas é frágil. A relação entre ela e a omissão pode converter-se em danos irreparáveis. Compreender o quê, quando, o porquê e como são elementos essenciais para promover uma atitude. Essa pode ser a diferença em destruir ou reconstruir algo.