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A mãe de um menino de 13 anos que sofre com paralisia cerebral teve seu perfil das redes sociais hackeado e prestou queixa na polícia nesta quinta-feira, 25, em Mairinque.
Karlla Cristina Silva Correa afirmou que tinha um perfil no Instagram com o objetivo de divulgar uma vaquinha online para que as pessoas efetuassem doações ao filho Kaio Eduardo, de 13 anos, que tem paralisia cerebral e deficiência visual.
Porém, a última sexta-feira, 19, os dados foram trocados no aplicativo, assim como o número de celular e e-mail, impossibilitando o acesso de Karlla.
"Eu perdi o total acesso a minha conta. Trocaram o link de doações por vendas. Na minha conta eu fazia a divulgação da vaquinha do meu filho e começaram a divulgar vendas de eletrodomésticos, como geladeiras, micro-ondas, pedindo dinheiro e usando minha conta".
A mãe esclarece que seu perfil tinha 1.170 seguidores. Até agora, uma seguidora caiu no golpe e está cobrando o dinheiro de volta.
"Algumas pessoas me mandaram prints das vendas no meu antigo perfil e infelizmente uma seguidora minha caiu. Tentei contato, mas não tive retorno".
Karlla ainda afirma que criou um novo perfil no aplicativo para avisar as pessoas do golpe e também para continuar divulgando a vaquinha. "Estou com medo das pessoas não quererem ajudar mais nas redes sociais depois desse golpe".
Vaquinha para Kaio
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Segundo a mãe, a vaquinha online está sendo realizada há três meses com o objetivo de arrecadar dinheiro para compra de uma cadeira de banho e uma cadeira de rodas.
"Fizemos a vaquinha por conta do INSS que foi bloqueado e mesmo antes disso nem tudo conseguíamos comprar porque as coisas são caras. A intenção é suprir as necessidades até a volta do INSS e continuar comprando os outros materiais que ele usa diariamente, como os utensílios do oxigênio, bota, órtese, que a gente não tem condições de comprar".
Todo dinheiro arrecadado é para benefício do Kaio e, segundo a mãe, já foi arrecadado de R$ 2.500. "Já gastamos bastante com seringa, lencinho, remédio, umidificador de ar, termômetro novo e as idas ao médico".
Luta pela vida
Karlla conta que o filho nasceu sem nenhuma complicação aparente. Mas com oito meses, a avó percebeu que ele não firmava a cabeça e não se mexia na cama.
"Na época, foram feitos exames para descobrir o que ele tinha. O resultado saiu quando Kaio fez um ano de idade e foi quando descobrimos que ele era portador de paralisia cerebral e tinha uma pequena arritmia no cérebro. O médico solicitou mais exames e ele foi encaminhado para o BOS em Sorocaba".
"Também foi descoberto que ele tinha um problema na vista que gastou os nervos ópticos dele e por isso que ele enxergava 10% e aos poucos foi perdendo cada vez mais", diz.
Em seguida, surgiram crises convulsivas e problema para deglutição. Em 2012, a criança ficou dois meses internada na UTI, pegou uma infecção no pulmão, foi intubada e foi descoberta uma traqueomalacia, que seria necessário uma traqueostomia.
Em junho de 2014, a mãe conta que Kaio fez a gastrostomia e alguns dias depois fez a traqueostomia.
"O Kaio foi considerado acamado porque ele ficou mais de dois meses na UTI, depois ele passou uns três meses na pediatria até a gente conseguir os insumos, a cama hospitalar e o oxigênio para vir embora para casa. Daí por diante estamos nessa luta", conta a mãe.
"Com três paradas cardíacas, ele tem muito recaída de broncopneumonia, tem imunidade baixa. Mas é uma criança calma, ouve bem e é atento", explica a mãe.