Idosa fala sobre reconstrução de casa e insegurança após um ano da chuva que deixou 119 famílias desalojadas
Publicado em:
11 de fevereiro de 2021 às 14:54:01
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Hoje, quinta-feira,11, o, Portal G1 fez uma matéria sobre os 10 bairros que foram alagados em Araçariguama (SP) em fevereiro de 2020.
Uma das pessoas que sofreu com a enchente, na época foi Neide Viotto, de 61 anos, que viveu dias de tristeza em fevereiro de 2020. Na época, os moradores do bairro Fazenda Santa Ella, em Araçariguama (SP), ficaram ilhados após a chuva e o transbordamento do Rio Tietê. Ao todo,119 famílias ficaram desalojadas e 10 bairros foram alagados na cidade.
Um ano depois, a idosa ainda teme pela segurança do bairro, já que o local fica paralelo ao rio. Em entrevista ao Portal G1, Neide relata como foram os dias após os estragos e como se manteve durante a pandemia.
"Depois daqueles dias eu fui ganhando as coisas, tentando resolver, mas deu tudo certo. Tive ajuda de muita gente. Tem pessoas mais especiais, tem uma que de longe ainda me ajuda. Recebi auxilio até de Mato Grosso, Jundiaí e Brasília."
A idosa recebeu ajuda após a história dela ser exibida na TV TEM e no Jornal Nacional, quando se deparou com a casa cheia de lama e os móveis arrastados com a enxurrada. Tudo o que conquistou havia sido perdido e as lágrimas não foram contidas ao ver que a máquina de costura que ela usava como fonte de sustento, estava quebrada.
Ela chegou a ganhar outras duas máquinas de costura que foram entregues por pessoas que se sensibilizaram com a situação. Atualmente, Neide ainda sente medo em dias de chuva e não consegue dormir na casa quando isso ocorre.
"O coração falta sair da boca de tanto medo. Tenho muito medo mesmo. Quando chove, não consigo dormir. Dá uma angústia demais, mas graças a Deus estamos em pé, lutando com a vida."
Assim que ela recebeu ajuda, ela pensou em começar a ensinar outras jovens a costurar, mas devido ao isolamento social, não foi possível dar continuidade ao projeto.
"Eu deixei uma das máquinas na casa da minha filha, porque fico com medo quando chove e vou costurar lá, mas ainda tenho as duas que ganhei".
Estado de emergência
O nível do Rio Tietê subiu aproximadamente quatro metros acima do normal na semana do dia 9 de fevereiro do ano passado. A Prefeitura de Araçariguama decretou estado de emergência na cidade.
No bairro Tanque Velho, uma ponte foi levada e uma família por pouco não foi soterrada com a queda de um barranco ao lado da casa. Um adolescente de 15 anos sofreu ferimentos nas pernas e nos braços.
No dia 11, a TV TEM acompanhou a operação dos bombeiros, Defesa Civil e voluntários que resgatou alguns moradores ilhados.
Como a travessia era arriscada, o Corpo de Bombeiros esperou que a correnteza ficasse mais fraca e a chegada do helicóptero Águia da Polícia Militar.
Mortes
Adriano de Melo, de 35 anos, foi encontrado morto na Estrada Imperial, no bairro Santa Ella, em 12 de fevereiro do ano passado.
Segundo os moradores, ele morava na parte mais alta do local e estava ajudando a resgatar as pessoas que estavam na enchente, quando foi arrastado pela correnteza.
Ele desapareceu na noite do dia 10 de fevereiro, mas o corpo só foi encontrado mais de 24 horas depois. O amigo que encontrou Adriano disse que ouviu os gritos de socorro dele.
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Adriano de Melo, vítima da chuva em Araçariguama — Foto: Arquivo Pessoal[/caption]
Já em Cabreúva (SP), os bombeiros retiraram o corpo de Claudemir Aparecido Garcia, de 58 anos, que de uma área isolada. O laudo do Instituto Médico Legal apontou que a causa da morte foi por afogamento.
Fonte: Portal G1


















