Escritora Mônica de Paula Silva fala sobre benefícios do Jiu-Jitsu para o cérebro
Publicado em:
28 de maio de 2019 16:27:25
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 17:56:03
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Por todo o mundo, inúmeras pessoas praticam atividades físicas e esportes do mais variados tipos e categorias. Não é segredo para ninguém que a prática de atividades físicas e esportes trazem benefícios para o corpo de modo físico e também mental. Dentro dessa situação a escritora Paulistana Mônica de Paula Silva e também neuropsicopedagoga autora de diversos livros, decidiu estudar o que acontece no cérebro de quem prática artes marciais.
A neuropsicopedagoga reuniu-se com o professor de Jiu-Jitsu Wilson Franck, que atende inúmeros lutadores em uma academia em Embu-Guaçu (SP), e que recentemente voltou ao Brasil após dois anos no México ministrando aulas e formando atletas mexicanos, para poder falar sobre o assunto.
Inicialmente Wilson relata que a capacidade que o cérebro humano tem de se adaptar a mudanças é extraordinário. Para entender melhor os benefícios que o cérebro humano recebe através das lutas marciais, Mônica explica os dois lados da ciência que desenvolve essa capacidade, A neurociência, que é o estudo científico nervoso que permite entender como funciona o cérebro humano, e a neuroplasticidade que é a capacidade que o cérebro tem de se adaptar a mudanças, no qual todas as ciências humanas, sociais e da saúde que lidam com a natureza humana são afetadas, bem como todas as formas de treinamento.
Pelo mundo existe inúmeras variações e tipos de artes marciais, além do Jiu-Jitsu, todas elas transformam a arquitetura do cérebro, diferentemente para cada atleta/praticante, ressalta Mônica. A escritora e neuropsicopedagoga comenta que a contribuição da neurociência e da neuroplasticidade traz um novo olhar sobre a arte marcial, no qual explica como é o cérebro de um atleta de artes marciais? Nos treinos ou competições, o cérebro secreta neurotransmissores como a dopamina e a acetilcolina, que ajudam a consolidar as mudanças no mapa cerebral. (A dopamina reforça a recompensa e a acetilcolina ajuda o cérebro a sintonizar e aguçar a memória), que promovem a reparação celular do cérebro, melhorando a memória (hipocampo), aumentando a concentração e gerando neurônios fundamentais para o processo de aprendizagem.
Umas das vantagens do jiu-jítsu e a atenção e os reflexos que são usados no momento do treino, como explica Merzenich (neurocientista) que prestar atenção é essencial para a mudança plástica de longo prazo e que essas mudanças são duradoras no cérebro humano e quando as atividades são realizadas automaticamente, sem prestar atenção, as mudanças não são douradoras, por esse motivo os estímulos que o Jiu-Jítsu oferece e de grande importância.
Para o professor Wilson um dos benefícios mentais do Jiu Jistu é a concentração e equilíbrio absoluto. Em 20 anos em que pratica o Jiu-Jitsu, ele afirma que percebe-se calmo e atento em várias situações do seu cotidiano e conclui que depois de cada treino sente-se menos ansioso e mais apto a tomar decisões em situações estressantes, pois os desafios ao treinar Jiu-jitsu resulta em melhoras na área cerebral (Pré – frontal), responsável pela tomada de decisões, melhorando a capacidade na realização de várias tarefas sendo assim os ganhos nas áreas cerebrais são inúmeros.
Em sua pesquisa sobre os benefícios da arte marcial, Mônica destaca que não se pode deixar de acrescentar a filosofia (espiritualidade) dos praticantes de Jiu-Jitsu , a tradição do Buda (Caminho das Artes Marciais), onde eles ouvem mensagens de cunho espiritual em seus meios, pois é inegável que as tradições espirituais sempre fizeram parte da cultura dos samurais, a máxima era: quanto mais Guerreiro, mais espiritualizado e como o cérebro recebe esse estímulo? Inúmeras pesquisas mostram que budistas, por exemplo, tem a atividade dos lobos frontais aumentada, essas áreas estão relacionadas com o aumento da atenção focada, habilidades de planejamento, capacidade de antecipar o futuro e a habilidade de construir argumentos complexos.
Mônica de Paula Silva – É neuropsicopedagoga, além de ser pedagoga e pesquisadora de assuntos espirituais e do comportamento humano, autora de diversos livros como “Corrupção desamparo e fé” e “Pessoas controladoras e o mal-estar da convivência” pela editora Multifoco.Instagram: @escritoramonicadepaula.
Wilson Franck – Professor de Jiu-Jitsu e atleta, com 20 anos de pratica e experiência, além de serempresário e proprietário da academia Evolution Fight Club em Embu Guaçu (SP). Instagram: @will_franck