Caso Mariana Ferrer: ataques durante julgamento sobre estupro provocam indignação
Publicado em:
4 de novembro de 2020 às 20:15:24
Crédito Imagem:
O desfecho do caso Mariana Ferrer segue causando revolta, após o tratamento que a blogueira recebeu na audiência de julgamento do homem que ela acusou de estupro em Santa Catarina.
A blogueira acusou um empresário de tê-la estuprado em dezembro de 2018, em um camarim privado, durante uma festa em um beach club em Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ela tinha 21 anos e era virgem, conforme disse à Justiça.
As únicas imagens recuperadas pela polícia mostram Mariana na companhia do empresário. Ela suspeita que tenha sido drogada e que, por isso, não sabe exatamente o que aconteceu. Nas roupas dela, a perícia encontrou sêmen do empresário e sangue dela. O exame toxicológico de Mariana não constatou o consumo de álcool ou drogas.
Em depoimento, o acusado disse que fez sexo oral. A defesa diz que ele não estuprou Mariana.
O inquérito policial concluiu que o empresário havia cometido estupro de vulnerável, quando a vítima não tem condições de oferecer resistência. O Ministério Público denunciou o empresário à Justiça.
Durante o processo, o promotor do caso foi transferido para uma outra promotoria e o entendimento do novo promotor foi o de que o empresário não teria como saber que Mariana não estava em condições de dar consentimento à relação sexual, não existindo, assim, o dolo, a intenção de estuprar. Essa conclusão do promotor está sendo chamada de "estupro culposo". Aranha foi absolvido.
Na sentença, o juiz responsável concluiu que não havia provas suficientes para a condenação só a palavra da vítima e que, na dúvida, preferia absolver o réu. A tese de um estupro sem dolo causou espanto, assim como a atuação agressiva do advogado do empresário nas audiências de instrução do processo.
Confira imagens que circulam pela internet: https://youtu.be/x4AXt5uJMooMinistério Público de Santa Catarina informou que as imagens da audiência foram adulteradas e manipuladas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, condenou a audiência que resultou na absolvição de André de Camargo Aranha por estupro culposo, fato atípico não previsto em lei.
Fonte G1


















