Audiência Pública é realizada na Alesp para discutir pedágios “free flow”: Vereadores de São Roque nãos estavam presentes

A sessão foi conduzida pelos deputados Reis (PT) e Vitão do Cachorrão (Republicanos), destacando que a preocupação com os novos pedágios transcende ideologias partidárias e afeta diretamente toda a população paulista. Durante o evento, parlamentares e vereadores reforçaram a insatisfação com o projeto e os impactos financeiros que ele pode gerar.

Impactos e preocupações

A vereadora de Araçariguama, Lili Marques (Republicanos), expressou sua preocupação com o aumento dos custos para trabalhadores e empresas da região. “Nós já pagamos pedágios caros em São Paulo, além de IPVAs altos. A população não aguenta mais custos extras. Pode parecer pouco, mas em trajetos de 100 km ou 200 km, o valor acumulado pesa no bolso”, afirmou.

Lili também destacou a questão da mobilidade e os impactos econômicos. “O Shopping Catarina emprega muitas pessoas da região. Se houver cobrança de pedágio para acessar São Roque, as pessoas podem optar por outros polos comerciais, como Barueri ou Itapevi, prejudicando a economia local.”

Outro ponto abordado foi a situação em Sorocaba, onde, segundo a vereadora, moradores do bairro Éden podem ter que pagar pedágio apenas para circular dentro da própria região.

Próximos passos e mobilização

A audiência contou com a presença de nove dos onze vereadores de Araçariguama, que se deslocaram até a Alesp para representar a cidade. O vereador Helton da Van (PSD) destacou a necessidade de união entre os municípios. “São Roque é uma estância turística, Araçariguama é uma cidade industrial, mas compartilhamos os mesmos problemas. Temos a obrigação de defender juntos nossa população contra esses pedágios abusivos”, afirmou.

O vereador também destacou que a audiência foi protocolada e está disponível para consulta pública nos canais oficiais da Alesp. “Precisamos mostrar a força da nossa região contra essa medida que só vai encarecer a vida do trabalhador”, convocou Helton.

Dentre as próximas ações, estão previstas pelos vereadores: audiência pública em Araçariguama para envolver a população local; participação na audiência de Sorocaba, marcada para o dia 9 de abril na Câmara Municipal.

A vereadora Lili Marques reforçou que, para que o movimento “Não aos Pedágios” ganhe força e pressione o governo estadual, são necessários pelo menos 48 votos favoráveis na Alesp, ou seja, metade da Assembleia. “Quando os pedágios forem implantados e as pessoas sentirem no bolso o impacto, acredito que a revolta será maior. Mas queremos que o governador reavalie essa decisão antes que isso aconteça”, finalizou.

Ausência de representantes de São Roque

Apesar da importância do tema, nenhum representante do Legislativo de São Roque esteve presente na audiência. Em contato com os vereadores Marquinho Arruda (PL) e Dani Castro (PSD), ambos afirmaram não ter recebido nenhum convite oficial para participar da discussão. Segundo Dani Castro, a informação que chegou à Câmara de São Roque foi de que os convites foram encaminhados apenas para os vereadores Rafael Tanzi (Republicanos) e Diego Costa (PSB), sem extensão aos demais parlamentares.

O Jornal da Economia entrou em contato com o vereador Diego Costa (PSB) que confirmou que recebeu o convite do deputado Vitão do Cachorrão e informou à chefe de gabinete dele que não poderia comparecer por outros compromissos. Entretanto, enviou um ofício se solidarizando com a causa, que foi lido durante a audiência. Ele afirmou: “Nas próximas audiências, se não tiver compromissos marcados, estarei presente, sem dúvidas. Tenho muitas reuniões noturnas agendadas com moradores e não posso simplesmente cancelar. Ainda não recebi convite para novas audiências, mas acompanho de perto essa pauta com o Vitão”.

Dani Castro reforçou que irá se engajar na luta contra a medida. “Vamos lutar para reverter aquilo que foi proposto pelo governo do estado e aceito pelo executivo”, declarou.

O debate sobre os novos pedágios segue aberto, com mobilização crescente da população e de representantes municipais que buscam alternativas para impedir a implantação das novas cobranças.

Matéria por: Jornal da Economia