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Argentina conquista o tricampeonato mundial e consagra Lionel Messi

Publicado em:
19 de dezembro de 2022 04:12:00
Atualizado em:
23 de dezembro de 2022 22:52:42
Argentina conquista o tricampeonato mundial e consagra Lionel Messi
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A conquista da última Copa América, no Brasil, encerrando um jejum de 28 anos sem títulos oficiais, devolveu à Argentina o prazer de celebrar. A vitória sobre a Itália na Finalíssima, duelo entre os campeões sul-americano e europeu, mostrou que os hermanos queriam mais. Queriam o mundo. E ele veio, após 36 anos de espera e dois vices dolorosos (1990 e 2014). Neste domingo (18), a equipe albiceleste derrotou a França por 4 a 2 na disputa de pênaltis, após empate de 3 a 3 com a bola rolando, no Estádio de Lusail, na decisão da Copa do Catar, assegurando o tricampeonato mundial.

Hermanos voltam a levantar a taça do mundo após 36 anos de espera.

Campeã em casa, em 1978, e no México, oito anos depois, a Argentina  ergueu a taça do mundo pela primeira vez longe do continente americano.  Em 22 edições, esta é a terceira vez que o feito acontece. As anteriores  foram em 1958 (Suécia) com o Brasil e em 2014 (Brasil) com a Alemanha.


Assim como em 1986, o título argentino tem um protagonista destacado. Se  lá atrás, o cara foi Diego Armando Maradona, desta vez, teria de ser  Lionel Messi. Quis o destino que o craque, de 35 anos, na última Copa da  carreira, pudesse, enfim, levantar a taça mais cobiçada do planeta.  Mais que isso, sendo o maestro de uma equipe que jogou, é claro, pelo  país, mas também pelo camisa 10. Além de campeão, Messi encerrou a  competição como vice-artilheiro (com sete gols) e jogador com mais  partidas na história dos Mundiais (26, à frente do alemão Lothar  Matthäus).


O título coroa uma campanha que, na primeira rodada, parecia  improvável. Apesar de favorita, a Argentina estreou derrotada pela  Arábia Saudita, por 2 a 1, de virada. O tropeço deu fim a uma sequência  de 36 jogos de invencibilidade. A recuperação teve início com a vitória  por 2 a 0 sobre o México. O triunfo para cima da Polônia, pelo mesmo  placar, deu aos hermanos a liderança do Grupo C. Nas oitavas e nas  quartas de final, classificações sofridas ante Austrália (2 a 1) e  Holanda (nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal). Na  semifinal, a grande atuação da equipe, no 3 a 0 aplicado na Croácia.


Os franceses, então atuais campeões, sentiram o gosto amargo do vice  pela segunda vez – a primeira foi em 2006. Perderam a chance de repetir o  Brasil de Pelé e Garrincha, última seleção a vencer duas Copas  seguidas, entre 1958 e 1962. A juventude do elenco dos Bleus, cheio de  nomes abaixo dos 30 anos (21 dos 25 convocados), entre eles o craque  Kylian Mbappé, mostra, porém, que os europeus permanecerão fortes rumo  ao próximo Mundial, em 2026 (Estados Unidos, Canadá e México). O camisa  10, aliás, marcou três gols na final e acabou a competição no Catar como  artilheiro, com oito gols, chegando a 12 na história do torneio, mas  acabou não sendo suficiente.


Na França, Didier Deschamps mandou a campo uma formação sem  surpresas, com as voltas do zagueiro Dayot Upamecano e do volante Adrien  Rabiot, recuperados de gripe, em relação ao time que bateu Marrocos por  2 a 0, na semifinal. Do lado argentino, a expectativa era que Lionel  Scaloni escalasse um time com três zagueiros, para segurar Mbappé. O  treinador, porém, não apenas repetiu a linha de quatro defensores da  vitória sobre a Croácia, como trocou o volante Leandro Paredes pelo  atacante Ángel Di Maria.


A opção de Scaloni se mostrou acertada. Foi justamente com Di Maria,  aberto pela esquerda, infernizando o lateral Jules Koundé, que a  Argentina tomou conta do primeiro tempo. Aos sete minutos, o atacante  rolou para o volante Rodrigo De Paul soltar a bomba da entrada da área. A  bola desviou no zagueiro Raphael Varane e quase surpreendeu o goleiro  Hugo Lloris. Aos 16, após retomar a bola no meio e tabelar com Messi  pela direita, De Paul chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro para Di  Maria chegar batendo, por cima da meta.


Passados 40 minutos, a França praticamente não tinha passado do  meio-campo, levando Deschamps a mexer duas vezes no time, ainda no  primeiro tempo: Ousmane Dembelé e Olivier Giroud deram lugar aos também  atacantes Marcus Thuram e Randal Kolo Muani, os mesmos que entraram no  jogo contra Marrocos e ajudaram a equipe a sacramentar a classificação à  final. Mesmo assim, os Bleus foram para o intervalo sem uma única  finalização, nem sequer para fora.


Na volta para o segundo tempo, os argentinos se mantiveram no campo  ofensivo, encurralando os franceses. Aos 13 minutos, Álvarez recebeu de  Di Maria na área, pela esquerda, mas o chute, sem ângulo, foi salvo por  Lloris, no canto direito. No lance seguinte, Di Maria, mais uma vez,  passou como quis por Koundé na área e cruzou rasteiro. A bola passou por  De Paul, mas não por Messi, que driblou Thuram, mas foi travado por  Rabiot na hora certa, já na pequena área.


Somente aos 22 minutos da etapa final é que a França, enfim,  conseguiu finalizar, após 74 minutos bola rolando (considerando os  acréscimos do primeiro tempo), em cabeçada para fora de Kolo Muani. Aos  25, foi a vez de Mbappé encontrar brecha para dar o primeiro chute na  partida, por cima. Ainda pouco, é claro, mas sinal de que os franceses  estavam vivos na partida.


Tão vivos que, em dois minutos, buscaram o empate de forma  inacreditável. Aos 34, quando a torcida argentina já cantava olé nas  arquibancadas, Kolo Muani disparou pela esquerda, entrou na área e  sofreu a carga do zagueiro Nicolás Otamendi. Pênalti claro, que Mbappé  converteu, soltando a bomba no canto direito do goleiro Emiliano  Martínez. Aos 36, o atacante Kingsley Coman desarmou Messi na direita,  girou a bola para o lado esquerdo, Thuram ajeitou e Mbappé acertou um  lindo chute de primeira, do bico da área. Tudo igual no Lusail.


Em choque e já sem Di Maria (que deu lugar ao lateral Marcos Acuña) a  Argentina sofreu a blitz de uma França acesa, muito graças às entradas  de Coman e Eduardo Camavinga. Nos acréscimos, aos 47 minutos, o volante  (que substituiu o lateral Théo Hernández) desarmou De Paul na esquerda e  lançou Mbappé, que bateu cruzado, de fora da área, com desvio, por  cima. Na sequência, após jogada de Thuram em cima de Otamendi pela  esquerda e passe de Camavinga para dentro da área, Rabiot chutou  rasteiro, livre, para boa defesa de Martínez, em dois tempos. Três  minutos depois, enfim, a resposta dos hermanos em finalização de Messi,  da meia-lua, que Lloris defendeu de mão trocada.


O duelo foi à prorrogação, com a França mais inteira fisicamente que a  Argentina. Não que isso, em algum momento, fosse um empecilho para os  hermanos, que conseguiram se reorganizar. Se o primeiro tempo extra foi  de poucas emoções, o segundo teve de sobra. Aos três minutos, o meia  Enzo Fernández lançou o atacante Lautaro Martínez (que tinha acabado de  entrar), que entrou na área pela direita e bateu. Lloris defendeu, mas  Messi, na sobra, mandou para as redes.


A celebração sul-americana, porém, durou pouco. Aos dez minutos,  Mbappé chutou da entrada da área, pela direita, e a bola explodiu no  braço do lateral Gonzalo Montiel (que estava dentro da área). Mais um  pênalti a favor dos franceses e mais um gol do camisa 10 dos Bleus, o  terceiro dele na final, repetindo o feito do inglês Geoff Hurst, em  1966, último a marcar três gols em uma decisão. A virada só não saiu aos  17 minutos, já nos acréscimos, porque Martínez fez milagre em chute de  Kolo Muani.

A decisão da taça, como em 1994 e 2006, seria nos pênaltis. Craques  da final, Mbappé e Messi abriram a série convertendo as respectivas  cobranças. Na segunda rodada de batidas, Martínez pulou no canto direito  para defender o chute de Coman e o atacante Paulo Dybala, que entrou na  segunda etapa da prorrogação, colocou os argentinos à frente.


A pressão em cima dos franceses aumentou quando o volante Aurelie  Tchouaméni, tentando tirar a bola do alcance de Martínez, exagerou na  cobrança e mandou à direita, para fora. Paredes, na sequência, aumentou a  vantagem dos hermanos. Na quarta rodada, Kolo Muani soltou a bomba no  meio do gol para manter os europeus vivos, mas coube a Montiel (o mesmo  que cometera o pênalti na prorrogação) fazer o gol do título.


Argentina tricampeã mundial. Em algum lugar do céu, Maradona sorri

Fonte: Agência Brasil 



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