Acusados pela morte do jovem Kayron Felipe vão a julgamento nesta 4ª feira, 16
Publicado em:
14 de outubro de 2024 às 20:00:00
Atualizado em:
14 de outubro de 2024 às 20:27:02
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O Tribunal do Júri de São Roque tem sessão nesta 4ª feira, 16, dos acusados de terem matado a golpes de faca o jovem Kayron Felipe dos Santos, crime ocorrido em janeiro de 2023, em Araçariguama.
Na época, a vítima tinha 16 anos de idade. Ele teria caído em uma emboscada por se relacionar com a ex-namorada de um traficante. O caso alcançou grande repercussão na cidade, uma vez que o rapaz era bastante conhecido e, ainda, pela violência e crueldade.
Irão a júri popular os acusados Caique Martins Rocha e Vinícius Gonçalves Sousa, que estão presos. O julgamento acontece no Fórum de São Roque, com início às 09h00. Ao todo 17 testemunhas serão ouvidas. O Tribunal estará sob a reponsabilidade o Magistrado Dr. Flávio Roberto de Carvalho.
O caso
O drama da família de Kayron começou na segunda-feira, 16 de janeiro de 2023, quando no início da noite, por volta das 19h00, ele saiu de casa dizendo a familiares que iria jogar futebol na quadra da Terra Baixa, que fica perto de onde morava.
Na verdade, ele iria se encontrar com uma menina, também menor de idade, que ele conheceu havia pouco tempo começando um relacionamento.
Kayron não voltou para casa naquela noite e a família começou a procura-lo desesperadamente. Na terça-feira pela manhã, a irmã do rapaz se dirigiu à Delegacia de Polícia para registrar um boletim de ocorrência. Amigos e parentes do adolescente se empenharam nas buscas e passaram as informações que conseguiram ao setor policial, que iniciou as investigações.
“Ele era um bom menino, não tinha maldades, era inocente. Era um garotão que gostava de futebol e videogame. Conheceu a menina e não percebeu que foi atraído para uma emboscada. É muito triste o que aconteceu. Não há explicação para tanta violência”, disse André Luiz, tio de Kayron que veio da cidade de São Paulo para ajudar nas buscas.
Os familiares de Kyron realizaram uma verdadeira força-tarefa em busca de informações que levassem ao seu paradeiro. Percorreram praticamente a cidade toda conversando com amigos e conhecidos. Eles descobriram que o jovem havia saído com uma adolescente que manteve um relacionamento com um rapaz ligado ao tráfico de drogas e, que Kayron foi visto pela última vez, por volta das 20h00 da segunda-feira, já próximo ao local conhecido por Lavapés, próximo ao Bairro do Jardim Brasil. As informações foram passadas à polícia que já investigava o caso e chegou até o acusado e à garota.
Ambos foram levados à Delegacia de Polícia onde passaram a ser interrogados pela Delegada Dra Bruna Racca Madureira. A jovem se negou a falar, porém o rapaz caiu em contradição em vários pontos do seu depoimento e acabou contando o que ocorreu. Ele levou os investigadores até o local onde havia jogado o corpo de Kayron.
Como tudo aconteceu
Desde o momento em que Kayron deixou sua casa ele já tinha a intenção de se encontrar com a garota. Ele só não sabia que o acusado e a menina ainda mantinham contato. De acordo com informações, utilizando o celular da garota e se passando por ela, o investigado enviou mensagens para a vítima marcando encontro no fatídico local: uma área de mata, isolado e sem nenhuma iluminação. Ali, ele foi surpreendido por pelo menos mais dois homens.
Kayron foi espancado e agredido com pedras até que recebeu golpes de faca, o que provocou ferimentos graves e, consequentemente, sua morte.
Os envolvidos deixaram o rapaz caído no chão e só voltaram na manhã seguinte, terça-feira, 17, quando jogaram seu corpo no interior de um buraco e o cobriram com terra.
Parentes da vítima contam que na terça-feira, por volta das 10h00 da manhã, durante as buscas pelo rapaz, encontraram com alguns dos acusados que carregavam enxadas próximos a área de mata. “Eles chegaram a rir da nossa cara”, contou um primo de Kayron.
Acusações
Em seu depoimento, o menor de 16 anos, acusado de ser o mentor do crime, disse que ao saber do relacionamento entre a garota e Kayron, mandou que seus “funcionários” (funcionários de pontos de venda de drogas, haja vista ser integrante de facção criminosa e possuir pontos de tráfico na cidade), agredissem a vítima, “mas eles o mataram”, contou. Ele disse também que a faca utilizada no crime foi jogada no rio. Ainda segundo a polícia, a menina ajudou a abrir o buraco onde o corpo foi enterrado.
Ela contou que além do menor, outros dois homens esfaquearam a vítima.
Dois dos três acusados maiores de idade devem responder pelos crimes de homicídio com agravantes de motivo fútil e mediante emboscada e recurso que dificulte a defesa da vítima, além do crime de ocultação de cadáver. O outro, por não ter participação no homicídio foi indiciado pelo crime de ocultação de cadáver, quando lhe foi estipulada fiança no valor de 5 salário mínimos, que não foi paga. Eles passaram por audiência de custódia na manhã de quarta-feira, 18, em Sorocaba, quando este último foi liberado e vai responder em liberdade.
Já o casal menor de idade foi levado para a Fundação Casa.