A linguiça, a manga e os fofoqueiros assalariados - por Edison Pires
Publicado em:
16 de dezembro de 2023 às 12:30:00
Atualizado em:
24 de março de 2025 às 19:05:29

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A semana passada foi marcada por dois acontecimentos que deixaram claro o quanto as redes sociais podem levar a situações constrangedoras, maldosas e perigosas, onde o seu uso equivocado – ou equívoco ao usá-la - pode desencadear situações com danos e problemas irreversíveis.
As postagens nas redes sociais ganham velocidade cada vez maior. E muitas vezes, na tentativa de registrar algo quase que instantaneamente ao ocorrido, pode-se incorrer a erros grosseiros e potencialmente perigosos.
O vazamento de áudio da conversa entre amigos, divulgados naquela semana o qual ficou conhecido como o “caso da linguiça”, não apenas mostrou que as postagens são assuntos sérios - e que assim devem ser tratados pelos responsáveis por sua divulgação – como também que, num período tão competitivo e intenso como é o pré-eleitoral, tal equívoco pode facilitar seu uso indevido gerando polêmicas e muita dor de cabeça.
Áudios vazados podem causar constrangimento, problemas de privacidade, danos à reputação e até mesmo questões legais, dependendo do conteúdo. É fundamental ter cautela ao compartilhar informações. Além disso, é importante prestar atenção quando for gravar parte de encontros ou reuniões, pois trechos das conversas podem acabar vazando, como ocorreu. A consciência sobre o que compartilhamos online é crucial para evitar situações desagradáveis. Privacidade e segurança devem ser prioridades ao utilizar as redes sociais. E fica a dica, de quem não está tão acostumado com essa dinâmica toda da internet (no caso, eu!) mas, que conhece a importância de se evitar erros: Antes de publicar qualquer coisa, é essencial revisar cuidadosamente o conteúdo para garantir que tudo esteja em ordem!
Outro acontecimento que, ao que se tem notícia foi gerado por uma informação não confiável, provocou muita discussão e até posicionamentos indevidos. Num tempo onde pessoas são remuneradas para atuar em grupos de WhatsApp ou redes sociais como repetidoras ou críticas de assuntos diversos – são considerados profissionais tecnológicos da fofoca – o que se viu foi um show de horrores e desinformação. Tudo por causa de algumas mangas.
Debates intensos, acusações, provocações e exposição de pessoas sem a menor necessidade. O afã de fazer valer a sua informação como exclusiva e verdadeira, sem tempo para refletir no que ela pode gerar, geralmente traz consequências devastadoras. E o perigoso de todo esse cenário, é que isso vem se tornando coisa normal, ou seja, joga-se o que quer nas redes sem a menor preocupação. “No fim, dessa história da manga, de tudo o que foi mostrado e falado, não se sabe quem está certo ou errado. Ninguém ficou sabendo o desfecho desse caso e muito menos quem foi vítima e quem foi o vilão”, comentou um colaborador. Quer dizer, criou-se um debate intenso, com palavras duras e até acusações, pra nada.
Mas tudo pode piorar quando fica possível constatar quanta gente está ociosa e com tempo livre para ficar o dia inteiro comentando as publicações minuto a minuto. Quem trabalha e tem que produzir resultados (seja na mesa de um escritório, no balcão de um comércio ou em qualquer outro tipo de atividade) não consegue responder ou comentar seguidamente as publicações. É totalmente impossível. Isso mostra que tem muita gente recebendo salário para atacar ou defender personagens envolvidos nas mensagens. Também mostra que existem muitos profissionais da fofoca atuando em nossa cidade disseminando nos grupos, o que os chefões decidem o que será verdade ou mentira.
Mais triste ainda é saber que tem gente que acredita em tudo o que lê, ouve e assiste, sem ter a devida noção da importância de avaliar o que foi postado. Mais do que seguidores desavisados, na verdade, são “cabeças ocas” que se acham donos da razão, mas que não percebem que se transformaram em massa de manobra.
Prato cheio para a política de baixo nível!
Edison Pires