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'Separar não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus', escreveu Flordelis

Publicado em:
24 de agosto de 2020 21:08:10
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 17:55:02
'Separar não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus', escreveu Flordelis
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[caption id="attachment_16224" align="aligncenter" width="900"] A deputada federal Flordelis e o pastor Anderson do Carmo de Souza, morto no ano passado (Foto: Reprodução/Facebook)[/caption]

A deputada federal Flordelis apontada como a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, segundo a Polícia Civil e Ministério Público do Rio (MP-RJ), teria arquitetado o crime por estar insatisfeita com a forma com que o pastor geria o dinheiro da família. Segundo os investigadores, ela tentou assassinar o pastor pelo menos seis vezes por envenenamento, além de contratar pistoleiros em outras duas oportunidades. Durante o inquérito, os trabalhos de investigação levantaram uma troca de mensagens em que Flordelis sugere que o assassinato do marido seria a única saída.

Segundo informações do Estadão Conteúdo, "quando ela convence e fala com um outro filho que está aqui denunciado, o André, sobre esse plano de matar Anderson, ela fala da seguinte maneira: 'Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus', e então resolve matar. Ou seja, nessa lógica torta, o assassinato escandalizaria menos", disse o promotor Sergio Lopes Pereira, em entrevista concedida na manhã de segunda-feira.

"O grupo que se formou vendeu a imagem de um casal perfeito, de uma família caridosa, que criou 55 filhos, quando na verdade os autos mostram que isso foi um golpe, um meio de se conseguir proteção", afirmou o promotor. "Começou em maio de 2018 com tentativa de envenenamento do pastor Anderson. Era feito de forma sucessiva, gradual, cumulativa, para conduzir a morte do pastor. (Era usado) veneno, mais notadamente o arsênico, que era posto na comida e na bebida do pastor de forma dissimulada." Responsável pelo inquérito, o delegado Allan Duarte, titular da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, disse que a imagem de família unida era apenas uma fachada. "Não se tratava de uma simples família, mas de uma organização criminosa intrafamiliar", afirmou. "O inquérito traz a desconstrução dessa imagem de decência (da deputada), de pessoa caridosa. Ela vendia esse enredo para conseguir chegar à Câmara dos Deputados, e depois tratar essa pessoa (Anderson) como objeto descartável." Segundo Duarte, a motivação do crime foi financeira. "O pastor era o gestor dessa família, a cabeça pensante. Era ele quem geria a carreira artística, religiosa e política da deputada", informou o delegado. Haveria ainda um racha entre os filhos biológicos e os adotivos, que não recebiam o mesmo tratamento. "Ela, além de arquitetar todo esse plano criminoso, financiou a compra da arma, convenceu pessoas a praticar esse crime, ela avisou sobre a chegada da vítima ao local, e ela ocultou provas", declarou Allan Duarte. "Pra gente fica muito claro, não resta a menor dúvida, de que ela foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime.”

A deputada não está presa por exercer mandato parlamentar.

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